27/01/2007

A determinada altura, acrescenta o comunicado da PSP, dedicou-se à «actividade imobiliária», publicando anúncios num jornal em que publicitava casas..









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http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=20749

Crime

PSP detém mulher de Almada que burlou dezenas de pessoas, inclusivé apresentando-se como FSBO For sale by owner

Uma mulher que alegadamente burlou mais de 50 pessoas através de anúncios de aluguer de apartamentos, lesando-as em milhares de euros, foi detida quinta-feira pela Policia de Segurança Pública


No âmbito de uma investigação criminal levada a cabo pela Divisão de Investigação Criminal de Lisboa, a mulher, de 36 anos, residente na zona de Almada , foi indiciada pela prática de 45 crimes de burla qualificada, dois crimes de Falsificação de documentos e vários crimes de Abuso de Designação perpetrados em Março de 2003 e Janeiro de 2007.

Até ao momento a policia apurou que o lucro obtido por esta mulher, através da prática destes ilícitos, ascende a oitenta mil euros.

Segundo um comunicado da Polícia de Segurança Publica, um dos vários «modus operandi» utilizados consistia em apoderar-se de cheques ou cartões de crédito a que facilmente tivesse acesso, por trabalhar para os proprietários desses documentos e, fazendo-se passar pelos próprios, utilizava-os para participar em vários negócios.

Noutras ocasiões a detida, que a PSP classifica como uma das maiores burlonas de Portugal, fazia-se passar por juíza, advogada ou inspectora da Polícia Judiciária para conseguir a confiança das pessoas e mais tarde alegar a falta de disponibilidade para se encontrar com as vítimas para devolver dinheiro ou bens.

A mulher recrutava também cidadãs estrangeiras para trabalhar como empregadas domésticas na sua residência a quem cobrava importâncias variáveis entre os 350 e os 500 euros para a sua legalização, sob o argumento de que tinha muitos conhecimentos, nomeadamente inspectores do SEF ou ainda pelo facto de ser filha de um oficial superior da PSP.

Segundo a PSP, à medida que a suspeita sentia que estava a ser seguida ou investigada pela polícia alterava o seu «modus operandi».

«actividade imobiliária»

A determinada altura, acrescenta o comunicado da PSP, dedicou-se à «actividade imobiliária», publicando anúncios num jornal em que publicitava casas para arrendar.

Primeiro arrendava casas para si, com especial incidência em zonas da cidade de Lisboa, como o Parque das Nações, Telheiras, Alvalade, Twin Towers e na Quinta da Marinha (Cascais).

Depois arrendava-as solicitando o depósito de valores dos arrendamentos em contas bancárias geridas por si.

As alegadas vítimas da burla respondiam ao anúncio para aluguer de casa , pagando uma caução e o primeiro mês de renda através de depósito bancário.

A mulher agora detida, e a quem foi decretada uma medida de coação apresentações diárias numa esquadra da área, contactava com os interessados através de telemóvel indicando que após depósito bancário enviaria as chaves por correio ou por expresso rodoviário, coisa que nunca chegava a acontecer.

A investigação a este caso levou em 2004 à detenção da mulher, tendo-lhe sido decretada a prisão domiciliária como medida de coação.

Contudo, segundo a mesma fonte policial, mesmo com esta medida de coaçã o a alegada burlona continuou a praticar o mesmo crime e às vítimas.

Ao começarem a aparecer novas queixas, a policia voltou a investigar o caso o que levou, quinta-feira, a nova detenção da mulher.

Em comunicado, a PSP refere que a investigação continua em curso com vista a serem apurados outros casos relacionados, uma vez que poderão existir mais vítimas que, por vergonha, receio ou outros motivos ainda não tenham apresentado queixa na polícia.

Lusa / SOL Sábado, 27 Janeiro de 2007