10/12/2006

É só para os artolas dos AI’s, os últimos moicanos ainda a gramar com o papelinho, a 18 contos cada


Sussurro sigiloso lá para as bandas de Benfica, não longe da Jaula dos Ursos, no Jardim Zoológico:

Chííuuuu!

Passa pra cá 18 notas de conto(*)! E mais uns trocados!

Qué lá? Mas por mor de quem, ó Esperto?

É pró Cartão, já to disse, meu.

Pró Cartão? Mas isso não é aquela cena marada que já era há muitos anos?

É!

E então pra quê as 18 notinhas?

Não te faças de desentendido, a gente aqui é só emitir o Cartãozinho, tu leva-lo lá diante do Apolo 70, e fazes um vistão.

Mas, é assim pra todos, ou é só cá com o ‘je’?

Tolo. É pra todos. Enfim, pra todos, todos não é bem assim. É só para os artolas dos AI’s, os últimos moicanos ainda a gramar com o papelinho, a 18 contos os 78 cm2, tás a ver ó meu?

Mas depois, o que é que eu faço com o dito, onde é que eu o posso exibir, mostrar, enfim, valorizar, já que me custa essa guita toda?

Olha, tás a ver o novo Cartão Único, o C.U., topas? Pois muito bem, guarda-o lá, junto a ele, e não o mostres a ninguém, por pudor e vergonha da risota geral.

Topas?

Ahhh! … Ahhh!

(*) 56 Aéreos pró Pedido, mais 34 Aéreos pró Papelinho de 7,5 X 10,5 cms. Mais 50 cents para 1 Formulário, mais outros 50 para outro. Fora as deslocações (2), as esperas, enfim, um privilégio único dos AI's!

Em Portugal, não há igual!